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Relatório europeu aponta últimos oito anos como os mais quentes no planeta Terra

Atualizado: 15 de fev. de 2023


- Colaboração Grupo de pesquisa e Jornal Cacos

Fotos: Divulgação


Reprodução/Twitter - 18.07.2022

Nos últimos 8 anos o planeta Terra apresentou os cinco maiores aumentos da temperatura terrestre já registrados. Os dados foram levantados pelo Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus (C3S), programa de observação da Terra da União Europeia, que analisa tudo que está relacionado às questões ambientais.


Segundo os dados levantados pela Copernicus, o ano de 2022 foi o segundo mais quente já registrado na Europa e o quinto mais quente globalmente. Dentro de um recorte temporal de 7 anos, de 2015 a 2022, a temperatura média do planeta apresentou um aumento de um grau Celsius em comparação com a média da era pré-industrial, de 1850 a 1900.


Os reflexos desse aumento gradativo ao longo dos anos pode ser visto no crescimento de incêndios florestais na Europa, como ocorridos em países como Grécia, França e Espanha, o qual registrou mais de 500 mortes devido a fortes ondas de calor.


A vice-diretora do C3S, Samantha Burgess, afirma que os efeitos climáticos causados pelas fortes ondas de calor estão ocasionando não só impactos na Europa, mas em todo o mundo e mudanças deverão ser pensadas a curto prazo para evitar situações piores.


“Os últimos destaques climáticos de 2022 do C3S fornecem evidências claras de que evitar as piores consequências exigirá que a sociedade reduzir urgentemente as emissões de carbono e adaptar-se rapidamente às mudanças climáticas”.

Como Brasil foi afetado?


@REUTERS/Anderson Coelho/Direitos reservados

Apesar do registro de um ano de 2022 quente na Europa, o Brasil sofreu mais influências de resfriamento da La Niña, com uma frequência maior de chuvas e inundações. Alguns estados brasileiros sofreram com eventos climáticos intensos e inesperados que provocaram deslisamentos e enchentes, como os vistos em Espirito Santo, Minas Gerais e Bahia, Sergipe, Paraná e Santa Catarina.


“Cientistas do clima informam que o fenômeno [La Niña] ocorreu de forma imprevista por três anos consecutivos, atestando a amplitude dos efeitos das mudanças climáticas, e isso reverbera a capacidade do fenômeno de alterar o clima do nosso subcontinente latino-americano”, explicou o pesquisador de Comunicação das mudanças climáticas, Simão Farias Almeida.

No entanto, apesar dos efeitos gerados pelo fenômeno La Niña, outras regiões do país sofreram com a seca, como o Rio Grande do Sul, que decretou em dezembro de 2021 estado de emergência em 113 municípios, reforçando resultado de pesquisas como as realizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), confirmando as altas temperaturas acima da média no Brasil desde os anos 90.


As causas para tal resultado são conhecidos e estão atrelados a atividades como a geração de energia não renovável, a partir do uso de combustíveis fósseis e usinas hidrelétricas, o excesso de consumo dessa energia na fabricação de produtos e demais atividades, além da liberação de carbono no uso de transporte e, principalmente, no desmatamento florestal, principalmente, da Amazônia.


Áreas de desmatamento e degradação registradas em agosto de 2022 pelo Imazon na Amazônia Legal. — Foto: Imazon/Divulgação

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a Amazônia Legal, área que corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a totalidade de oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do estado do Maranhão, perdeu cerca de 11.568 quilômetros quadrados de cobertura vegetal devido ao desmatamento, segundo estimativas de 2022.


Degradação em Roraima


Queimadas em Roraima/ Foto: Mairon Compagnon

Apesar de ser tradicionalmente quente, Roraima enfrentou fortes chuvas atípicas no ano de 2022, efeito causado pelo fenômeno La Niña. No entanto, um levantamento anual divulgado pelo MapBiomas, destacou que Roraima foi o estado amazônico que mais perdeu superfície de água em 25 anos, com uma redução de quase 53%, equivalente a 317.301 hectares perdidos.


Além disso, segundo um relatório publicado pelo Instituto Meio Ambiente e Homem da Amazônia (Imazon), Roraima apresentou aumento de mais de 100% na área média anual desmatada, entre 2018 e 2021. Ainda de acordo com o instituto, o desmatamento na Amazônia de janeiro a agosto de 2022, correspondente a 7.943 km², o pior desde o início da série histórica de 2008


Entre os municípios mais afetados, estão Alto Alegre, Iracema, Mucajaí e Caroebe, na região sudeste do Estado, e perto de Rorainópolis, ao longo da rodovia BR-174.


Consequências e soluções


Foto reprodução: Fórum de Energias Renováveis de Roraima

Com a perda dessa cobertura vegetal, fenômenos naturais se intensificam e o calendário de estações se altera, fazendo com que tenhamos tempestades mais severas, aumento da seca, além de riscos de vida a diversas espécies da fauna e da flora, lembrando que acontecimentos locais, intensificam fenômenos globais, o que gera também, efeitos à saúde humana.


“A decisão de reduzir os impactos das alterações humanas no clima não é só da Amazônia, mas todo o planeta precisa substituir a cultura do alto carbono pela economia das energias renováveis”, destacou Simão.

Mudanças podem ser feitas para diminuir os impactos das mudanças climáticas como reduzir a queima de combustíveis fósseis, além a emissão de gases poluentes como o dióxido de carbono, o metano, e óxido nitroso, entre outros, diminuir o consumo de gasolina e diesel e aumentar a utilização de energia renovável, além de redobrar o cuidado com a natureza e as grandes florestas.


“Precisamos de mudanças para ontem, afinal, podemos chegar ao ponto de que o nosso planeta não resistirá mais à adoção ampla de medidas sustentáveis capazes de frear as alterações extremas de aquecimento e resfriamento do clima”, finalizou o pesquisador.
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